sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A História oral


A História oral: suas reflexões e caminhos da oralidade.

 Os procedimentos metodológicos que se realizam para o bom aproveitamento de uma entrevista, são variados e não se resumem apenas a coleta da fala do depoente, vamos nessas parcas linhas discorrer sobre os espaços e rumos para uma constituição de uma boa entrevista.
Com a tomada da fala do depoente é necessário a materialização da entrevista por meio da transcrição, “transcriação” e a finalização do projeto com a devolução ou retorno social do projeto e da entrevista para o depoente, como também, para a sociedade.
No tocante a transcrição, procura-se transcrever a fala para a escrita de forma a se observar todas as nuanças de som, voz, fala, gírias e a forma tal qual falada pelo entrevistado. Objetivando atentar também aos sinais e silêncios corporais na entrevista. Por conseguinte, a transcriação se caracteriza pela correção e “enxugamento” das falas, gírias e sons surgidos, na tentativa de se constituir uma melhor linguagem e facilitação de leitura e interpretação do depoimento, para o leitor e os pesquisadores do trabalho realizado da entrevista.
Contudo, para o trabalho de publicação da entrevista se faz necessário a autorização do entrevistado, a plena ou parcial, publicação do conteúdo da entrevista. Conquanto, compete ficarem explícitas na carta de autorização, as observações quanto aos limites e tempo da divulgação das citações, e, outras indagações que forem pertinentes quanto ao conteúdo do depoimento.
Não obstante, o desenvolvimento da entrevista deve ser procedido de seleção testemunhal, lugar e roteiro da entrevista. A depender do tipo de pesquisa que se proponha, faz-se necessário priorizar idade, grau de instrução, condição social e observar limites de tempo da entrevista entre outros. Isto posto, a ambientação da entrevista deve ser bem ponderada, utilizando-se um espaço em que o entrevistado se sinta confortável, melhor ainda, deixando que o mesmo faça a escolha do melhor ambiente para a entrevista. Outro ponto relevante, é o roteiro da entrevista, constitui-se importante desde que o roteiro possa servir de consulta para entrevista, não sendo interessante o entrevistador se prender a questionário que possa metrificar ou tornar a coleta do depoimento tendenciosa, direcionada e preza as perguntas, sem que se deixe fluir, normalmente a exposição do entrevistado.
Assim sendo, a História Oral requer responsabilidades quanto aos procedimentos da entrevista. A ética do entrevistador é fundamental para retrabalhar tanto a entrevista, como o entrevistado. Não havendo o mau uso do depoimento, afim de que não haja reivindicação do depoente no tocante, a publicação.
Desta feita, há de se considerar a individualidade, igualdade e diferenciação de relatos de cada entrevistado. A História Oral se constitui como o ato de contar sobre o passado no qual, o ser humano por meio da memória relata as lembranças de outrora, podendo ser as recordações semelhantes, contraditórias ou sobrepostas. Jamais se encontrando uma memória tal qual, outra.
Enfim, a História Oral se constitui como a ferramenta pela qual se procura “reconstituir” um passado que nos remonta a contradições e lutas importantes para a memória da humanidade. Cabe ao pesquisador-Historiador analisar os imaginários coletivos dos diversos grupos sociais, -em se utilizando da oralidade- “dar voz” as memórias e lembranças “subterrâneas”, subalternas.
 
 

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