Esboço
sobre o porquê, de o Brasil ter tudo pra não dar certo.
O implacável aumento da criminalidade esmaga o sistema
de justiça criminal, ele mesmo corrompido pela barganha cínica de
apelações, pela persistência de duplos critérios raciais e, por
outro lado, pelas tentativas mal orientadas de substituir um regime
punitivo por outro terapêutico.
Graças a uma clemência inoportuna, criminosos
renitentes conseguem sair mais cedo da prisão e retornam as suas
depredações aparentemente sem que a perspectiva de voltar ao
cárcere os detenha.
De certa forma, o sintoma mais perturbador é o
recrutamento de crianças para a cultura do crime. Sem a perspectiva
de um futuro, elas não escutam os apelos da prudência, muito menos
da consciência. Elas sabem o que querem, e querem agora. Adiamento
de gratificações, planejamento para o futuro, acumulação de
créditos educacionais não significam nada para essas crianças de
rua prematuramente endurecidas pela vida. Como esperam morrer jovens,
elas também não se impressionam com sanções penais.
Ao depararmos com as reflexões supracitadas, o leitor
pode pensar que está se tergiversando sobre a realidade da justiça,
criminalidade, juventude e criança, ou mesmo da instabilidade
psíquica coletiva atual do Brasil, do Ceará ou mesmo de Sobral,
porém, essas são reflexões de Christopher Lasch em seu trabalho “A
Rebelião das Elites e A Traição da democracia”.
Não obstante, Lasch discute sobre a sociedade
norte-americana da década de 1990, como se pode aferir, uma
sociedade em plena ebulição das problemáticas sociais coletivas.
Isto posto, esta se constitui como sociedade “modelo” para a
sociedade brasileira como tocante, as questões de consumismo,
educacionais, políticas econômicas e sociais enfim, como modelo de
desenvolvimento.
Contudo, necessitamos urgentemente de conforme preconiza
Lasch, uma nova forma de pensar a sociedade, uma terceira via de
pensar as diferentes concepções político-econômico-sócio-educativo
nacionais, estaduais e municipais. Todas as ideologias articuladas e
pensadas desde o princípio até o presente momento, não conseguiram
corresponder às perspectivas e anseios dos seres humanos em âmbito
geral e individual. Assim, Os Estados Unidos da América não
constitui como modelo de desenvolvimento haja vista, eles mesmos não
conseguiram dar vazão as suas perspectivas.
Portanto, pensar uma United States Of Sobral, é seguir
um modelo fadado ao fracasso, trilhar caminhos que sai de nenhum
lugar, á lugar nenhum. Por isso, ao deparar-se com o modelo adotado
de desenvolvimento da sociedade em nossa cidade, nosso Estado e a
nossa Nação têm-se a convicção de que O BRASIL TEM TUDO PARA NÃO
DAR CERTO.
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