terça-feira, 26 de novembro de 2013

A SECA DOS 1919? OU SERIA A SECA DE 2013?


A Secca
 
A Gazeta de notícias do Rio, referindo-se à secca do Nordeste diz: “Esse crédito monta à estupenda quantia de dois mil e quinhentos contos, que, pelos cálculos do Ministério da Aviação e Obras Públicas, dão para socorrer os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Parahyba do Norte e Sergipe.
Para quem gastou cerca de cincoenta mil contos com a abertura da Avenida Central, para quem enterrou mais de vinte mil contos na Exposição de 1908, aquella quantia, para realização de serviços em uma Zona que vae do S. Francisco ao Parahyba, nas quaes serão socorridas cerca de quinhentas mil pessoas, no mínimo, representa uma dádiva de uma generosidade nunca vista”.
No íntimo achamos que a Gazeta tem razão para o commentário supra, pois a verdade é que o governo da União nos olha de esguêlha, e quando nos manda um punhado de nikel, vangloria-se julgando que fez uma “esmola de nobre”.
Nós, pobres pacientes, longe da fonte aurifulgente do thezouro, quintessência do nosso sangue, estiramos-lhe a mão resequida e supplicante, na qual é depositada apenas um magro vintém.
Mas que fazer?!
Calar e não queixar-se.
Digamos com o rifão popular: “de Cavallo dado não se abre a bocca”.
Que Deus não nos falte mesmo com esse pouco. (sic.)

Ao analisar de forma superficial as supras reflexões, pode-se deduzir que várias são as falhas de ortografias, ou de forma mais crítica, um debate bem contemporâneo sobre uma problemática da “secca” que ousa e teima em perpetuar-se.
Porém, essa textualização fora reproduzido de matéria do Jornal Correio da Semana, de sábado, 17 de maio de 1919. Redator Padre Leopoldo Fernandes. Diretor Padre José de Lima.
Diante do exposto, em virtude de estarmos em pleno período de duras secas que já perduram três seguidos anos, estar-se rumando um século que se separam a edição, da reedição dessa problemática da seca, debatido nesse espaço discursivo. Ver-se que os artistas, principais e coadjuvantes são outros, porem, a trama a mesma, numa espécie de “Vale a Pena Ver de Novo” ou mesmo uma nova edição novelesca das seis.
Não obstante, que governantes e governados, profissionais e estudiosos da temática possam refletir permanentemente as resolutibilidades desse contexto repetidamente vivenciado pela região (semi)-árido do Brasil.
Portanto, muitos são os autores que discutem essa questão da falta d’água e, citam tal indústria da seca, a qual os governantes se utilizam desse expediente para perpetuar-se no poder e também conseguir recursos públicos de maior monta. Enquanto isso, os menos afortunados pela sorte apenas, desejariam se deparar com uma Nova História, vir um dia essa História ser escrita com outras nuances, outros fatos e fotos.
 
Fonte: Jornal Correio da Semana, de sábado, 17 de maio de 1919. Redator Padre Leopoldo Fernandes. Diretor Padre José de Lima.
 
Fonte II: do recorte de jornal-quadro situado na sala do Museu do Eclipse-Sobral.



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