sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Sobral e o Setembro D. José: Parte final.
Sobral
e o Setembro D. José: Parte final.
Padre
José Palhano: De Brasília ao retorno nos braços do povo.
Diante
do exposto e discutido nas publicações anteriores, com a derrocada da “era
Montista”, Padre Palhano obteve uma ascensão meteórica, conforme Alcides Cedro:
“Mesmo com o governador sendo seu
par
tidário. Chico monte percebia a deteriorização que sofria sua liderança a
nível local, fragilizado pela ascensão meteórica de Pe. José Palhano de Sabóia”
(CEDRO: 2003:48). Este egressaria da condição de apenas sacerdote á mais
importante liderança política de Sobral e da Zona noroeste do Ceará.
Pe.
Palhano de Sabóia passou a liderar os destinos de Sobral, líder da UDN, conquistou
influência política na região, que o condicionou a influenciar nas vitórias
eleitorais de seus correligionários até as disputas de 1976. “A última vitória
de Palhano”, apertada eleição por 470 votos de maioria, fora a eleição do
Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Júnior. O padre político perdera apenas a
disputa de sua sucessão, vencendo todas as demais desde o pleito de 1958.
Não
obstante, seu carisma e desenvoltura eleitoral rendera uma cadeira na Câmara
Baixa em 1962. Mas, com o Golpe Militar ele fora cassado em 1964, a partir de
então Palhano com poucos amigos e sem mandato, passa a viver um martírio e
dificuldades financeiras. Em razão das privações econômicas vendera para saldar
dívidas, um de seus bens estimados, “O Sítio Quebra” na Serra da Meruoca. Esse
sítio era um local de pequeno rendimento, de lazer e refúgio para Padre
Palhano.
Desta
feita, o egrégio padre detivera uma vida conturbada, além de inimigos na
política, também os tinha no Clero. Esse teve conflitos com o Bispo D. Walfrido
Teixeira Vieira e fora até suspenso de Ordem Clerical pelo mesmo. Conforme Revista
veja: “O Bispo Dom Walfrido Teixeira
Vieira suspendeu a divinis o padre cearense José Palhano de Sabóia, 52 anos –
uma medida só superada em gravidade pela excomunhão” (sic).
O
referido conflito, o renderiam fortes embates com o clero de Sobral. Ele
retruca na entrevista a suspensão: “para
mim, essa história de suspensão é doença de mulher... Ele é tão burro (D. Walfrido)
que outro dia, depois de tal suspensão, forneceu um documento permitindo que eu
me instalasse onde quisesse”. (Veja, 15 de dez. 1976).
Em
resposta a tal entrevista, o Conselho Presbiteral cita: “Apenas não concebo um padre que sobe ao altar depois de uma noite de
farra em casas suspeitas”.
Contudo,
depois de cassado, ele ingressa no curso de Direito da Faculdade Cândido
Mendes, no período em que vivera no rio de Janeiro. Bacharelando-se em 1 de
dezembro de 1972. Mesmo distante, o padre polêmico sempre mantivera contato com
os amigos que restara em Sobral.
Entretanto,
apesar das tentativas da oposição de apagar dos anais e da memória de Sobral, “o
Fenômeno Padre Palhano”, este reconhecidamente, diante de seus feitos
históricos positivos e polêmicos em certos casos, já exposto nesse trabalho,
permanecerá na memória do povo sobralense por um bom tempo. Pois, constitui-se
quase impossível até os dias atuais falar da História política, religiosa e
social da cidade de Sobral, de meados do século passado doravante, sem se
rememorar as peripécias de Zé da Palha.
Por
conseguinte, co sua morte em 17 de maio de 1982, estava confirmado sua
popularidade e carisma do povo sobralense ao príncipe do clero, da era D. José
Tupinambá. Segundo matéria do Diário do Nordeste de título, “morreu Padre
Palhano um líder sobralense”: “A morte do
ex-prefeito sobralense deixou consternada uma parte da população sobralense,
notadamente aquela que reside nos bairros pobres da cidade onde a atuação de
Palhano era realmente marcante” (Diário do Nordeste, 18 de maio de 1982).
Pouco
antes de sua morte, ele havia sido reabilitado de suas funções sacerdotais.
Conforme
Lustosa da costa, dantes nunca fora visto em Sobral um velório tão pujante e de
tamanha manifestação popular. Depois da missa corpo-presencial celebrada na
Igreja do Patrocínio, local em que ele celebrara sua primeira missa, Padre
Palhano fora sepultado no Cemitério São Francisco, segundo seu próprio desejo: “O padre Palhano... morreu pobre, sem sua
Rádio, etc., mas não há notícia, em Sobral, de sepultamento mais concorrido do
que o seu. O féretro, transportado em carro do Corpo de bombeiro para o
Cemitério Novo, foi acompanhado por grande multidão de pessoas, durante cerca
de dois quilômetros, com as ruas repletas de gente”. (COSTA, 2003:70).
José
Palhano até em sua morte causou tamanho abalo e frisson na cidade, sendo
carregado “nos braços do povo”. Diante do exposto, e, de toda a sua trajetória,
“Palhano virou lenda”.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
A dura saga dos “concurseiros” Historiadores
A
dura saga dos “concurseiros” Professores de História: Sobre o concurso Seduc-Ce
2013
Podemos
considerar o quanto, em tempos de crises econômicas em âmbito mundial ou
nacional, o emprego público tem uma força significativa e atrativa aos ingressos
ao mercado de trabalho, mesmo mediante ao crescimento da iniciativa privada.
Não
obstante, foi realizado nesse domingo último próximo – 22.09.2013- nas
seccionais das Coordenadorias regionais de educação do Estado do Ceará- CREDE,
a primeira fase do certame para efetivação de novos docente, ao quadro de
efetivos da Rede Estadual de Ensino Médio. Foram mais de 38 mil pretendentes
nas mais diversas áreas do conhecimento curricular, ou seja, concurso geral
para preenchimento de espaços vagantes, ocupados interinamente por
profissionais temporários.
No
entanto, atentar-se-á para algo dentre as mais diversas observações possíveis
desse certame, para o contexto em que permearam os professores historiadores. Contudo,
analisando as estatísticas referente a disciplina de História, suscita
tergiversar sobre o dura saga do professorado de História – sem depreciar ou
diminuir as dificuldades dos demais profissionais, é evidente-, haja vista,
ter-se tido 5262 inscritos para um número ínfimo de vagas que fora disponibilizado
– vagas: 175-, ficando posto a
batalha descomunal que tiveram que enfrentar esses profissionais da História,
tendo que superar o mínino de pouco mais de cinco mil companheiros de área do
saber para lograr êxito em tal intento.
Por
conseguinte, vale salientar também o número da concorrência por candidato, com
uma resultante de 30,07 por vaga. Sexto mais concorrido nesse quesito e terceiro em numero absoluto de
inscritos, ficando atrás apenas dos postulantes de português e Matemática.
Desta
feita, observa-se o quanto esses concursos realizados no Brasil e seus mais
diversos Estados e Municípios, não contemplam as reais demandas reprimidas, em
que se encontram renegadas a própria sorte, ou melhor, são sujeitas a lógica do
capitalismo “selvagem”, na luta indiscriminada por um “lugar a sombra”. No qual
muitos lutam por pouca dessas “árvores de boa copa” desejadas.
Em
fim, temos um pseudo-crescimento desordenado nas diversas áreas e contexto da
vida humana, no qual predispõem os seres humanos a essa dura saga por uma vida
digna e de mínima condição de sobrevivência, no qual uma significativa parcela
da população é expelida e exposta as duras penas do deserto da vida.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Pe. José Palhano: e a ratificação do novo marco em Sobral.
Sobral e o Setembro D. José: Parte IV
A confirmação do novo líder e o fim da
Era Montista
Após a renúncia a Prefeitura de Sobral, o Deputado Pe. Palhano
tentou vôos mais altos, representando Sobral e o Ceará em Brasília.
Todavia, com a morte de seu maior opositor, Coronel Chico Monte em 16
de março de 1961, Padre José Palhano de Sabóia não detivera a
oportunidade de disputar diretamente uma eleição contra o velho
coronel. Apesar de, ter realizado uma administração singela frente
ao Paço Municipal, o Padre piloto, disputa a eleição de 1962, como
candidato forte da Região Norte do Estado.
No pleito citado, o Prefeito Padre, enfrentaria uma dupla missão;
eleger-se ao Congresso Nacional, e “fazer” seu sucessor. Esse
lançara Jerônimo de Medeiros Prado – UDN- e a oposição expunha
ao crivo dos sobralenses, o mais novo desafeto de José Palhano, seu
ex-amigo Cesário Barreto. Este vencera as eleições municipais com
8471 sufrágios, derrotando o candidato do Prefeito-candidato Padre
Palhano de Sabóia. (RIBEIRO: 2001: 25)
No entanto, apesar do dessabor de não eleger seu sucessor, Padre
Palhano, estabelecia o fim da Era Montista, elegendo-se Deputado
Federal com significativa votação. Foram 7842 sufrágios, mais até
que a votação dos candidatos de oposição juntos. Francisco
Adeodato com 3438 e Marcelo Sanford com 2562 votos.
Desta feita, com sua vitória a Deputado Federal, ele passou de líder
local á liderança nacional, pondo fim a “liderança” do velho
coronel, e doravante, principiando uma nova era política em Sobral.
A partir do fim da “Era montista”, Sobral vivenciava novos ares
políticos e chegaria ao fim o período do coronelismo tradicional na
cidade. O município deixava de viver sob a égide de um chefe
político com todos os pressupostos de coronel tradicional – o
título, as práticas políticas, o voto de cabresto, clientelismo,
intimidação do eleitorado, truculência e comando político de
apenas um sujeito-, essas são as principais características de um
legítimo coronel tradicional.
Senão, o coronel Chico Monte detinha toda essa identidade
coronelística supracitada e ainda, perdurava no poder com as
práticas políticas discutidas, e, como fala Lustosa da Costa; esse
fora o “o último dos coronéis”. Entretanto, o coronelismo não
findou, apenas se adequou as novas perspectivas e contexto político
e social cedendo margem ao “o Novo Coronel”, este não mais tendo
as características e identidade de Chico Mone, mas, representa-se
nos sujeitos da modernidade; o Coronel advogado, médico, empresário,
engenheiro, padre, ou seja, de fato ainda há os coronéis na Nova
Era (PARENTE: 2000:388).
Não obstante, a vitória de Padre Palhano de Sabóia em 1958 e 1962,
derrotando a facção montista, constitui um marco na História
política de Sobra visto que, desde então nenhum outro grupo
partidário conseguiria permanecer no poder local por mais de dois
mandatos. Fato esse ocorrendo apenas duas vezes em toda a segunda
metade do século XX. Primeiro com um dos liderados de Padre Palhano,
em 1972 José Parente Prado que vencera com 13529 votos, o candidato
do grupo dos Barretos, Carlos Alberto Arruda que perdera com 11331
sufrágios. Esse também, apoiado pelo Padre político, elegera José
Euclides Ferreira Gomes Júnior com 15079 votos, que vencera o
“inimigo gratuito de Palhano” -Palhano se referia assim ao
candidato derrotado-, Cesário Barreto que obteve 14658 votos.
Outrossim, no segundo caso, o mesmo, José Prado, Prefeito de Sobral
de 1989-1992, elegera seu sucessor, Ricardo Barreto Lima em 1992,
numa união inesperada das facções de Prados com Barretos
principiada em 1989, em oposição a facção dos Ferreira Gomes,
vencendo, José Pimentel Gomes.
Desta feita, conforme discutido já nesse trabalho, após Padre
Palhano por fim ao coronelismo tradicional, não se teria em Sobral a
mesma experiência de poder do velho coronel, no século XX. Este
apenas seria superado no século seguinte, com o advento da “Era
cidista”.
Contudo, o personagem central da discussão proposta nesse trabalho,
configura-se como o “divisor de águas” na História e memória
da cidade. Haja visto, as reminiscências e salto no recorte
histórico que se faz necessário na discussão proposta, afim de que
se possa estabelecer boa compreensão das teses propostas nesse
trabalho. Desta feita, observa-se o quanto a presença e influência
na memória política de Sobral de Padre Palhano, estabelecendo assim
um aspecto simbólico dum vir-a-ser antes e depois de José Palhano
de Sabóia.
Todavia,com o advento do Golpe Militar, era cessado o período
democrático no Brasil, e com a conivência dos militares, a oposição
consegue reunir documentos que resultariam na cassação de Padre
Palhano quando Deputado Federal. A documentação era referente ao
período em que o mesmo, exercia as funções de Prefeito.
O sucessor, do Padre piloto, Cesário Barreto ao assumir o Paço,
fizera auditoria na Prefeitura e elaborara documento que comprovaria
uma série de irregularidades de seu sucessor. Essa documentação
fora formulada como dossiê publicado com o seguinte título: “A
verdade sobre a administração Palhano”. A referida publicação
pressupõe possível descalabro, pífia gestão e desagravo ao gestor
Padre Palhano (LIMA: 1963).
A medida que, era estabelecido o golpe militar, dispondo de dois
parentes militares, o Prefeito Cesário Barreto, consegue que o
Deputado Federal Padre Palhano de Sabóia seja cassado, tanto o
mandato como os direitos políticos em razão das acusações
impetradas e apresentadas pelo seu ex-amigo, então Prefeito Cesário
Barreto.
José Palhano, então ex-deputado, anos depois em 4 de outubro de
1967 apresentara documentação, que comprovaria sua inocência
quanto as acusações que resultara na perda de seu mandato,
intitulado “Em busca da Verdade” (SABÓIA: 1967), apresentado
pelo Deputado Federal Osíris Pontes, que expôs defesa no Congresso
Nacional das acusações impetradas pelo Prefeito Cesário Barreto.
Contudo, não mais valeria muito a comprovação de sua inocência e
absolvição das denúncias. Haja visto, que sua trajetória política
já havia sido abortada precocemente e fortemente comprometido suas
aspirações políticas, por tal razão, não mais tivera
oportunidade de ocupar novos cargos políticos.
entretanto, José Palhano atribuía as duras posições contrárias
pelos seus opositores, o motivo de que “descobriram na minha pessoa
uma ameaça de provável futuro competidor”. Desta feita, apontamos
três principais características que simbolizam a derrocada do
príncipe do clero sobralense, são: a morte de D. José Tupinambá,
uma oposição implacável e o advento do golpe militar.
Visto isso, com sua perda de mandato e desaparecimento da vida
pública, ao menos de forma direta em cargo eletivo, o Padre cassado,
não pode alcançar destaque como coronel tradicional, de mesma
identidade e características semelhante ao coronel Chico Monte.
Assim, esse não fora um coronel de fato, mas sim, o algoz e
responsável pelo Fim do Coronelismo Tradicional em Sobral.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PESQUISA MOSTRA SERRA COMO FORTE CANDIDATO A PRESIDÊNCIA EM 2014
Corrida Presidencial 2014
Em pesquisa divulgada nesta terça-feira (17-09-2013), pelo Instituto Paraná de Pesquisas, novos meandres pode ser observado, haja vista, com um cenário que apresenta um possível segundo turno entre Dilma Roussef e Marina Silva ou José Serra. Resultado apresentado: Dilma Rousseff: 32,08% - Marina Silva: 19,64% - José Serra: 18,54% - Aécio Neves: 11,13% - Eduardo Campos: 4,29%. Há praticamente um ano do pleito esse cenário demonstra que ao contrário do que se pensa de José Serra que ele estaria fora do pário, ele se configura como o mais forte candidato a por fim a Era Lulista. SERÁ QUE É CHEGADO A VEZ DO CAREQUINHA!?
Em pesquisa divulgada nesta terça-feira (17-09-2013), pelo Instituto Paraná de Pesquisas, novos meandres pode ser observado, haja vista, com um cenário que apresenta um possível segundo turno entre Dilma Roussef e Marina Silva ou José Serra. Resultado apresentado: Dilma Rousseff: 32,08% - Marina Silva: 19,64% - José Serra: 18,54% - Aécio Neves: 11,13% - Eduardo Campos: 4,29%. Há praticamente um ano do pleito esse cenário demonstra que ao contrário do que se pensa de José Serra que ele estaria fora do pário, ele se configura como o mais forte candidato a por fim a Era Lulista. SERÁ QUE É CHEGADO A VEZ DO CAREQUINHA!?
SERÁ QUE CHEGOU A VEZ DO CAREQUINHA!?
Pesquisa presidente 2014: No Paraná, Serra lidera
Cenário 1
Serra 29%
Dilma 25%
Marina 21%
Aécio 9%
Campos 3%
Cenário 2
Serra 34%
Dilma 26%
Marina 23%
Campos 4%
Serra na frenteJosé Serra (PSDB) venceria a disputa pela Presidência da República entre os eleitores paranaenses. De acordo com levantamento da Paraná Pesquisas, o tucano bateria nas urnas a presidenta Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (Rede) e o companheiro de ninho Aécio Neves. Serra vence nos cenários em que é colocado. No primeiro, com Aécio, ele faz 29% contra 25% de Dilma e 21% de Marina. O senador mineiro tem 9% e o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) atinge 3%.
Sem Aécio
No segundo cenário, agora sem Aécio, o ex-governador paulista amplia a vantagem para 34%. Dilma consegue 26% e Marina 23%. Campos chega a 4%. No terceiro cenário, agora sem Serra, Dilma e Marina empatam em 30%. Aécio faz 15% e Campos 8%. O diretor-presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, disse que a popularidade de Dilma caiu cerca de 30 pontos no estado, mas, analisa, tende a voltar crescer a partir dos próximos levantamentos. O Instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.503 eleitores de todo o estado do Paraná, entre os dias 10 e 14 deste mês.
Fonte: Blog do Esmael
SERÁ QUE CHEGOU A HORA DO CAREQUINHA!?
Presidente 2014: nova pesquisa, do Instituto Paraná, indica segundo turno
Dilma Rousseff: 32,08% - Marina Silva: 19,64% - José Serra: 18,54% - Aécio Neves: 11,13% - Eduardo Campos: 4,29%
Fonte: Brasil 247 (brasil247.com)
Dilma Rousseff: 32,08% - Marina Silva: 19,64% - José Serra: 18,54% - Aécio Neves: 11,13% - Eduardo Campos: 4,29%
Uma
pesquisa nacional realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgada
agora, em primeira mão, pelo 247, aponta um resultado surpreendente para
a sucessão presidencial; no quadro atual, a presidente Dilma Rousseff
enfrentaria um segundo turno contra Marina Silva, que tenta criar a Rede
Sustentabilidade, ou José Serra, que ainda está no PSDB; os dois
aparecem tecnicamente empatados: ela com 19,6% e ele com 18,5%; Dilma
tem 32,1%; levantamento pode estimular prévias no ninho tucano ou forçar
a saída de Serra para outro partido, como o PPS
17 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 09:02
247 - Uma
pesquisa nacional de intenções de voto para presidente da República,
realizada pelo instituto Paraná Pesquisas, de Curitiba, pode apimentar
as disputas partidárias. Pela primeira vez, os tucanos Aécio Neves
(PSDB-MG) e José Serra foram colocados no mesmo cenário, como se
disputassem a eleição por legendas diferentes – um cenário ainda não
descartado, uma vez que Serra pode migrar para o PPS, de Roberto Freire.
O
resultado é surpreendente e, além de forçar um segundo turno com a
presidente Dilma Rousseff, que teria 32,08% das intenções de voto,
coloca Serra no páreo, disputando a posição, cabeça a cabeça, com Marina
Silva. Eis os números:
Dilma Rousseff .... 32,08%
Marina Silva ........ 19,64%
José Serra .......... 18,54%
Aécio Neves ........ 11,13%
Eduardo Campos .. 4,29%
Segundo
Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, diretor da Paraná Pesquisas, foram
ouvidos 2.502 eleitores, em 169 municípios brasileiros, entre os dias 10
e 15 de setembro. O levantamento de margem de erro de dois pontos, o
que significa que, no quadro captado pela pesquisa, Serra e Marina
estariam tecnicamente empatados.
Ontem,
Aécio Neves disse pressentir que Serra estará ao seu lado na disputa de
2014. O tucano ainda tenta provocar prévias no PSDB, mas essa
possibilidade é considerada remota. Um destino possível é o PPS, de
Roberto Freire, que afirmou que prorrogará o tempo de espera para a
decisão de Serra.
O
Instituto também pesquisou outro cenário, com Serra fora do páreo.
Neste quadro, também haveria segundo turno, mas com Marina Silva. Eis os
números:
Dilma Rousseff ..... 34,47%
Marina Silva ......... 23,41%
Aécio Neves ......... 15,36%
Eduardo Campos .. 7,70%
Curiosamente,
os votos de Serra não seriam herdados preferencialmente por Aécio. Quem
mais se beneficiaria seria Marina Silva, com 28,8%, seguido por Aécio
com 19,4%. Até mesmo Dilma beliscaria 18,1% dos votos de Serra, seguida
por Eduardo Campos, com 11,6%.
Outro
cenário pesquisado pelo Paraná Pesquisa coloca Serra como o candidato
do PSDB, após uma improvável prévia interna. Confira os números:
Dilma Rousseff ..... 32,17%
Marina Silva ......... 22,46%
Aécio Neves ......... 21,65%
Eduardo Campos .. 7,65%
Neste contexto, Serra herdaria a maior parte dos votos de Aécio – 38%, seguido de Marina Silva, Dilma e Eduardo Campos.
Leia também a análise da pesquisa feita pelo Blog do Esmael.
Fonte: Brasil 247 (brasil247.com)
José Palhano único Padre Prefeito de Sobral
Sobral
e o Setembro D. José: Parte III
Padre Palhano:
Ascensão e declínio de um mito.
O Clero no poder.
No período do projeto desse trabalho, “O Clero no poder”, seria
o título principal que foi pensado para estes estudos exposto. No
entanto, mesmo com a mudança de titulação cabe abordar em um
subtítulo essa discussão proposta.
Padre Palhano de Sabóia tomara posse, como Prefeito do Município de
Sobral, no dia 25 de março de 1959. Senão, sendo sua escolha a
candidato a um cargo eletivo, já se constituía como algo histórico
para cidade, visto que, o eleitorado sobralense tivera oportunidade
de votar em um membro do Clero para o comando do Paço Municipal.
Quanto mais, a posse do “Padre-Prefeito”, simbolizaria e fincaria
seu nome nos anais do cidade, e, sobretudo, na memória do povo de
Sobral.
Não obstante, a memória escrita e dos anais da Princesa do Norte
sobre Padre Palhano de Sabóia, houve um ensaio/tentativa de
usurpa-se tal História. Visto que, os poucos documentos encontrados
tanto nos arquivos da Câmara Municipal, Prefeitura, arquivo público,
quanto de publicações em livros e jornais da cidade.
Contudo, pouco é encontrado até então, sobre esse que foi um dos
ícones da cidade, tanto por ser filho do Bispo D. José Tupinambá,
como pelo feito histórico nas eleições vencida em 1958. Posto que,
no próprio Jornal Correio da Semana, semanário da Diocese, o
período em que ele fora Prefeito, não havia arquivos do período de
seu mandato.
No entanto, nos livros de Lustosa da Costa e da memória do povo
sobralense, poder-se-á estabelecer os diálogos e pressupostos
discutidos nessa publicação. Conforme visto em entrevista
concedida pelo sr. Sinfrônio de Sousa Muniz: “A influência do
Padre Palhano demorou pouco aqui em Sobral, não demorou muito, já
no meu conhecimento, quando ele foi Prefeito de Sobral governou
poucos anos, não sei se foi nem os quatro anos completos. Ele foi
precipitado, tropeçou no meio do caminho e ele não brilhou mais.”
(MUNIZ: 28 agosto de 2008. entrevista)
Como
ver-se, nesse relato, mesmo com o passar do tempo e da tentativa de
silenciar os feitos de Padre Palhano, falar de Sobral nas décadas de
1950 aos dias atuais, é também relembrar a memória do mesmo. O
Padre Prefeito, homem astucioso, inteligente e intimidador já no
princípio de seu mandato se mostra capaz de enfrentar os obstáculos
de comandar uma das mais importantes cidades do Estado do Ceará.
Pela primeira vez, um Padre comandava o poder constitucional em
Sobral. Senão, veja-se, em discurso citado por Costa em relação a
tal pressuposto: “Logo
após eleito, Palhano se dirigiu ao povo de Sobral através dos
microfones da Rádio Iracema, num desafio ao novo governador José
Parsifal Barroso:- Não iremos a sua procura nem bateremos no peito
um hipócrita [mea culpa], para ficar e cair na sua simpatia de
futuro governador do Estado”. (COSTA: 2003: 74)
O Prefeito Palhano de Sabóia, era um homem de posições duras e
fortes, e, estabelecia uma relação ríspida com seus adversários e
opositores, ver-se em sua fala citada por Costa. Este também sentira
a rispidez do mesmo: “Numa época em que a democracia era bem mais
franca – recebi ameaças de Palhano, que não gostava de
determinadas referências a sua pessoa” (Op. Cit. 74).
Como
Prefeito, Padre Palhano de Sabóia teria muitas dificuldades no
comando da cidade, em virtude de que, sem apoio do Governo do Estado,
seu opositor, tendo que gerir os destinos dos sobralenses apenas com
recursos do próprio município e com
ajudas do Governo Federal.
Por conseguinte, no primeiro ano de seu mandato, em apenas uma ação,
consegue contemplar e fazer honrosa homenagem ao seu pai D. José
Tupinambá, que morrera em 25 de setembro de 1959, modificando o nome
da então avenida Senador Paula Pessoa, para o de avenida D. José.
Estendendo-a do centro da cidade como era até então, até a
periferia na praça da Santa Casa, “cortando” praticamente toda
cidade. Feito isso, Palhano rendia homenagem a seu estimado tutor, e
de quebra cria constrangimento aos seus opositores em razão da Lei
sancionada em 15 de outubro de 1959 que alterou a nomenclatura da
referida avenida.
Todavia, na apresentação da mensagem de prestação de contas do
primeiro ano de mandato, Pe. Palhano de Sabóia expões as
dificuldades apesentadas em seu Governo. Conforme afirmação sua em
1961: “Quando assumimos as funções de Prefeito Municipal,
cargo que a vontade do eleitorado livre desta terra quis aos nossos
ombros, não alimentamos a veleidade de supôr que dentro de um ano
apenas, poderíamos remover
todos os óbices arquitetados... e bem assim de solucionar todos os
problemas que há muito vêm angustiando e entravando o progresso de
nossa cidade”.
Como pode-se observar, o Padre Prefeito não se esquivava dos
pressupostos nacionais, como o progresso, idéia bem em pauta no
período. E ele segue: “Ainda não nos afastamos de nossos
propóditos, e tão pouco sofreu desfalecimento o nosso entusiasmo e
desejo de tudo fazermos... apesar das decepções, desenganos e
desilusões”.
Padre Palhano, não contava com alguns fatos inesperados,dentre os
quais; um, a morte repentina de seu pai D. José Tupinambá, que bem
teria como auxiliá-lo pela influência política que detinha,
conseguindo recursos e apoio político e social; outro fato, foi o
enfrentamento com a oposição dura e combativa em que mesmo até
antes aliados, passaram a compor uma frente adversária. Dentre os
tais; estava Cesário Barreto Lima, no qual o padre prefeito tivera
uma amizade fraternal e uma desilusão sem igual.
Não obstante, o Prefeito Padre José Palhano apresentara na mensagem
a Câmara Municipal, as realizações de seu primeiro ano de mandato,
dentre elas, o funcionalismo com seus vencimentos em dias, obras de
calçamento executado em várias ruas da cidade, no total de seis mil
e cinquenta e cinco metros quadrados, concurso para seleção de
professores, assistência social – distribuição de gêneros
alimentícios, receitas médicas, serviço de funeral... -,
iluminação pública, reformas do matadouro público, reforma do
Paço Municipal, arborização pública, campo de aviação
recuperado, instalação de sub-prefeituras nos distritos de
Forquilha, Aracatiaçú e Taperuaba entre outros.
No mesmo documento Padre Palhano de Sabóia destaca que, não
recebera, “nenhuma colaboração da parte do Governo do Estado a
nossa administração voltada... para o progresso e grandeza de
Sobral”.
Entretanto, o Prefeito José Palhano ao longo de seu mandato
enfrentara dificuldades administrativas, conforme apresentadas em seu
primeiro ano de mandato. A ele também são atribuídas; a
construção do Arco do Triunfo, a criação do Sistema de Água e
Esgoto – SAAE- á 8 de agosto de 1961. Palhano teria uma
administração modesta, mas que mesmo assim, não fragilizara sua
liderança na cidade. Este, seria eleito Deputado Federal em 1962, e,
renunciaria ao múnus de Prefeito em 31 de janeiro de 1963 para
assumir mandato na Câmara Baixa do Brasil.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Sobral e o Setembro D. José: Parte II
Sobral
e o Setembro D. José
Padre
Palhano: Ascensão e declínio de um mito sobralense.
Da adoção ao pleito de 1958.
Nascido a 7 de maio de 1922, na localidade chamada Ibiapina, no
município de Crateús; José Palhano de Sabóia, era filho de Maria
de Jesus Palhano de Sabóia e Júlio Presciliano de Sabóia.
Advindo de família humilde do interior do Ceará, o menino Palhano
fora adotado pelo então Bispo de Sobral, D. José Tupinambá da
Frota, aos treze anos de idade. Por razão de se encontrar com saúde
debilitada, dona Maria de Jesus Palhano resolve entregá-lo ao Bispo
sobralense, para que seu filho detivesse melhor fortuna seguindo a
vida no Seminário. Conforme Silveira: “Quando vi aquela criança
loura de treze anos, cabelos cacheados, órfão, senti que era meu
dever, de sacerdote e de bispo, atender ao pedido” (SILVEIRA,
2004:480).
Outrossim, discutindo as razões em que motivaram D. José na adoção
do pequeno José, cabe destacar que a mãe deste encontrava-se
enferma e apenas morreria aos 10 de outubro de 1937, dois nos pós
adoção. “O bispo Conde”, no princípio do Seminário São José
de Sobral, costumava escolher jovens para ingressar na vida
sacerdotal, e desta feita, José Palhano fora um dos jovens
agraciados por D. José.
Contudo, Palhano seria um dos seminaristas que detinha atenção
especial do Bispo, tido e havido como o “princepezinho” do clero
sobralense. Por conseguinte, José Palhano recebera a Primeira
Tonsura Clerical com as bênçãos de D. José, na Capela do Rosário
em Sobral a 8 de dezembro de 1944. No ano seguinte, em 30 de setembro
de 1945, Palhano de Sabóia recebera do mesmo o presbiterato na
Capela do preciosíssimo Sangue no Seminário São José em Sobral
(SILVEIRA, 2004: 481). Já no dia 3 de outubro 1945, três dias
depois do presbiterato, o doravante, Padre José Palhano de Sabóia
celebra sua primeira missa na Paróquia do Patrocínio. Em seguida,
este é nomeado Secretário de D. José, uma espécie de assessor
especial, no qual, o renderia significativa notoriedade visto que,
quase todas as ações e passos do Bispo Conde eram precedidos pela
presença do Padre Palhano, sendo até co-autor e co-responsável por
muito das ações do bispado em seu secretariado.
Dentre os bons feitos de D. José, o qual o príncipe do clero
sobralense detivera significativa colaboração, está à criação
do Museu D. José, sendo que, fora Padre Palhano quem reuniria parte
bem numerosa do acervo do referido museu.
Desde o egresso do “Padre Zé” – assim era chamado Padre
Palhano por D. José-, com relação as questões clericais, o bispo
sobralense já com idade avançada, objetivava que seu filho fosse
seu sucessor no comando do clero de Sobral. Apesar de, “Zé da
Palha” – o Bispo também se referia a ele com esse pseudônimo-,
ser um dos melhores celebrantes dente os padres da Diocese d Sobral,
não seria no campo religioso que ele sucederia seu pai adotivo, mas
sim, a obra de D. José seria seguida no campo político-partidário
o qual, padre Palhano ingressara.
Por conseguinte, com o rompimento dos laços políticos e de amizade
de padre Palhano com o coronel Chico Monte, esse passa a arregimentar
seus passos objetivando disputar as eleições de 1958. Zé da Palha,
esperava ser o candidato a Prefeito apoiado pelo Velho Coronel, em
razão deste não declinar por tal anseio de Palhano, dava-se início
a uma das mais árduas disputas políticas de Sobral.
Contudo, padre Palhano e o coronel Chico Monte renovariam a disputa
ocorrida nas primeiras décadas do século XX, pelo Bispo D. José
versus o juiz Dr. José Saboya que disputavam a primazia política e
social da Princesa do Norte.
Nesse ínterim, padre Palhano já vinha preparando os caminhos
necessários para ingressar e trilhar seus passos na vida pública. O
eminente padre era tido como um sacerdote diferenciado, não apenas
pelo domínio das questões e celebrações litúrgicas. Mas também,
pela postura e comportamentos pouco visto entre seus pares, como
andar de motocicleta, vestir calça por baixo da batina entre outros.
Palhano de Sabóia era uma simpatia em pessoa, mestre em conquistar
pessoas e muito admirado. Conforme Rocha: “...como toda criança,
tinha minhas fantasias, meus sonhos e meus astros a serem imitados.
Não havia televisão, shows, onde eu pudesse aplaudir meus
artistas... Eu via o Pe. Palhano e [sonhava], vou ser um padre assim.
(ROCHA, 2002: 4)
Não obstante, padre Palhano costumava e gostava de pilotar motos,
dirigir carros e, havia aquele que talvez, seria um dos maiores de
seus hobbys, pilotar avião. Este último se cofigurava como um dos
alvos de maior fascínio por parte de seus admiradores, e de críticas
dentre os da ala conservadora da cidade. o pupilo de D. José fora
responsável pela reinauguração do campo de pouso de Sobral,
localizado no bairro Betânia.
Dentre as realizações do “Padre-Piloto”, que o credenciava a
pleitear ao comando da “Princesinha do Norte”, vale destacar que
período em que esse foi secretário e por ser filho do Bispo
sobralense, os apoios a campanhas de políticos renomados no Estado –
Chico Monte fora um desses- os possibilitou obter experiência
necessária para seu intento político.
No tocante, aos preparativos para o pleito de 1958, ver-se o apoio e
aconselhamento que o pretenso candidato a Prefeito de Sobral, Padre
Palhano pedira ao quase perpetuo “coronel” do município de
Granja-Ce, Esmerino Arruda que o indicou fazer: “Padre Palhano,
você vai aumentar sua popularidade,se fizer o que o Ademar de Barros
fez com o Lucas Nogueira Garcez... Chamou o comandante de seu avião
particular, queiria fazer um vôo com o Lucas e determinou-lhe que
inventasse uma pane e fizesse o avião descer em lugar deserto.”
(ARRUDA, 1999: 57)
Conforme sugerira Esmerino, o Padre-Piloto, o fizera e simulara, a
queda de seu mono-motor em praia próxima a cidade de Acaraú-Ce.
Todavia, conforme ocorrido com Ademar de Barros, tal simulacro rendeu
bons dividendos e repercussão na cidade de Sobral.
Por conseguinte, com as devidas bênçãos de seu pai o Bispo, Padre
Palhano no ano de 1958 fora lançado candidato a Prefeito de Sobral,
pela UDN, em disputa contra o ex-prefeito Jacyntho Antunes Pereira
da Silva, este, liderado e apoiado pelo velho coronel Chico Monte.
Essa disputa, fora tida e havida, como uma das mais memoráveis e
empolgantes de Sobral. Lustosa da Costa cita que: “Não se tratou
de uma campanha eleitoral, mas de cruzada religiosa... Palhano,
sempre de batina, encantou, enfeitiçou, apaixonou a cidade”.
(COSTA: 1982: 65)
Diante desses acontcimentos, a vitória seria quase eminente, e ela
veio, Padre Palhano vencera de forma fragorosa com 8472 votos, 61,38%
contra 5329 votos, 38,61% de Jacyntho Antunes. Diferença de 3143
sufrágios, façanha em percentagem superada apenas no século XXI –
quando das eleições de 2000, 2004 e 2008-, dando início doravante,
ao Fim do Coronelismo Tradicional em Sobral.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Sobral e o Setembro D.
José: parte I
José Palhano de Sabóia:
Primeiros passos de um novo ícone político;
D. José e os primeiros
encaminhamentos de seu pupilo.
No princípio do bispado de d.
José tupinambá da frota, os padres do Ceará eram formados no
Seminário da Prainha em Fortaleza. O santo bispo, conhecedor de que
para implementar seus objetivos eclesiásticos na “Princesa do
Norte”, tentava mudar de forma definitiva e duradoura, os costumes
religiosos de “seu rebanho”, nesse ínterim, criara o Seminário
de Sobral em 1925.
Desta feita, D. José tinha o
costume de escolher jovens adolescentes, que detinham sabedoria e
inteligência diferenciada, da região Noroeste do Estado do Ceará.
Foi em uma das “garimpadas pastoral” e, por conseguinte, com o
consentimento de dona Maria de Jesus Palhano de Sabóia – mãe do
menino “Zé da Palha”-, que se apercebendo de saúde debilitada,
além de permitir que o pequeno José Palhano seja seminarista, como
também, pede ao “Bispo conde” que adote seu filho, vendo nessa
oportunidade singular, a possibilidade de uma melhor sorte para seu
menino José. O próprio bispo, de acordo com o jornalista e
memorialista Lustosa da Costa (Sobral do Meu Tempo; 1982), declarou a
cerca desse acontecimento: “Quando
vi aquela criança loura de treze anos, cabelo cacheado, órfão,
senti que era meu dever de sacerdote e de bispo, atender ao pedido da
mãe.”
Sendo assim, como é
possível observar na fala de Costa, D. José já no primeiro contato
nutriu um carinho diferenciado pelo pequeno José. Por conseguinte,
este se tornaria o privilegiado e protegido do bispo. O menino José
Palhano tinha uma rotina diferenciada da dos demais seminaristas,
enquanto, a maioria de seus colegas de seminário recebia visitas de
seus parentes e famílias, havia dias em que até mesmo voltavam para
casa rever os familiares, já o filho de dona Maria de Jesus, tinha
apenas a presença do “seu pai adotivo” D. José, que o consolava
nesses momentos. Segundo Padre Assis Rocha, esse contexto vivenciado
quando do enclasuramento, pelo menino Palhano era comumente ocorrido:
“Claro que ele era diferente dos outros seminaristas. Estes tinham
pais, irmãos, familiares, visitas e o Palhano não tinha” (Rocha,
II Setembro D. José: Padre Palhano e D. José, duas personalidades,
um só ideal; 2002-2).
Contudo, José Palhano
conquistara o carinho e afeição do “bispo-conde”, abstrações
essas, o qual lhe renderia boas perspectivas e o abriria caminho para
vôos elevados. Com isso, terminado os estudos iniciais em Sobral
realizado por D. José, este pensando na formação de seu filho
adotivo, vislumbrando ver o jovem José Palhano dar seguimento sua
obra clerical, e o substituí-lo no bispado, o bispo sobralense
enviou “Zé da Palha” para o Seminário da Prainha em Fortaleza.
Sobre esse período Padre Assim Rocha comenta: “D. José o colocou
no Seminário, para estudar, como uma conseqüência lógica: filho
de gato, não é gatinho? Porque filho de padre não seria padre
também?” (Rocha, 2002:2). Desta feita, o percurso traçado por D.
José Tupinambá ao seu pupilo nessa trajetória formativa para o
padroado, a ida ao Seminário da Prainha se constituía como parte do
projeto idealizado de sucessão do bispado.
No entanto, essa fase em
que o jovem José Palhano esteve distante de seu tutor-protetor, foi
sentido e se constitui como um período de muitos conflitos. Zé da
Palha seria punido por diversas vezes em virtude de não se acostumar
com os rigores do Seminário da Prainha, como consta nas várias
reclamações sobre o filho adotivo de D. José, que não cumpria os
horários e por várias das vezes que ia a Sobral sem a devida
autorização da administração do Seminário. Esse comportamento
agravava-se devido a saudade, em virtude, de está distante de Sobral
e de seu “pai” o bispo, para solucionar tal impasse, D. José
Tupinambá resolve então dar continuidade em Sobral mesmo a formação
do jovem pupilo.
Por conseguinte, no ano de
1938 o bispo-conde envia Palhano a Roma para continuar os estudos e
sua formação eclesiástica. Entretanto, as mesmas problemáticas
sentidas e vividas na passagem pelo Seminário em Fortaleza, são
sentidas na Europa, no entanto, nesse caso, com o agravante de uma
distancia maior que a anterior, de seu lar e seu protetor. A saudade
sentida apenas era amenizada com as diversas cartas que Palhano
enviava aos amigos e ao pai-bispo em Sobral. Os estudos na Europa
forma concluído em 1941, regresso tão esperado haja vista, as
memórias e sentimentos saudosistas do aconchego de casa e dos amigos
que distava já por “longos três anos”.
Portanto, o período de
formação “seminarística” e clerical de José Palhano,
simboliza uma fase na qual o preterido sucessor do “condado
católico-romano-sobralense” vivencia momentos de privilégios e
conflitos íntimos pessoal ocorridos pelo mesmo, conflitos de certo
compreensíveis, já que as responsabilidades planejadas por seu
pai-bispo e o destino reservado aquele menino do interior de Crateús
eram bem superiores ao sentimento de mera sobrevivência ensejado por
dona Maria de Jesus Sabóia. No entanto, o jovem Palhano saberia
muito bem como superar tais adversidades vivenciadas até então e no
por vir.
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