terça-feira, 8 de abril de 2014

MAQUIAVEL: TRECHO DE O PRÍNCIPE


Maquiavel: O Príncipe

Os homens ofendem mais os que amam do que aos que temem.”
 
Quem quiser praticar a bondade em tudo o que faz está condenado a penar, entre tantos que não são bons. È necessário, portanto que o príncipe que deseja manter-se, aprenda a agir sem bondade, faculdade que usará ou não, em cada caso, conforme seja necessário. [...]
Pode-se observar que todos os homens –especialmente os soberanos, colocados em posição mais elevada- têm a reputação de certas qualidades que valem elogios ou vitupérios (palavras ou atitude ofensiva). Assim, alguns são tidos como liberais, outros por miseráveis [...]; um é considerado generoso; o outro, ávido; um cruel; o outro, misericordioso; um, efeminado e pusilânime (covarde); e outro bravo e corajoso; [...] e assim por diante.
Naturalmente, seria muito louvável que um príncipe possuísse todas as boas qualidades acima mencionadas, mas como isso não é possível, pois as condições humanas não o permitem, é necessário que tenha a prudência necessária para evitar o escândalo provocado pelos vícios que poderiam fazê-lo perder seu domínios, evitando os outros, se for possível; se não for, poderá praticá-los com menores escrúpulos. Contudo, não deverá preocupar-se com a prática escandalosa daqueles vícios sem os quais é difícil salvar o Estado; isto porque, se se refletir bem, será fácil perceber virtudes levam à ruína, e outras, que parecem vícios, trazem como resultado o aumento da segurança e do bem-estar.
Fonte: Antero Leivas; Os pensadores do sucesso

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