Aproximação e
diferenciação entre História e Memória
Os
conceitos convencionados no Senso Comum de que a memória é o espaço subjetivo
da História, cabendo a esta a concretude através da escrita, e que a memória
vivenciada se configura como História, será à base da discussão nesse trabalho.
A
memória conforme Raimundo Nonato Pereira Moreira, no sentido vulgar da
expressão, seria a “presença do passado”. Contudo, apesar dessa aproximação que
a memória tem com a História, as relações entre ambas são bem complexas,
estabelecendo ambigüidades que no mesmo contexto, em que as vinculam também as
pode separar em determinadas significações e definições.
No
entanto, nos últimos tempos, com as novas perspectivas de fontes ao passo que a
História se distanciava dos conceitos tradicionais positivistas, e, os
Historiadores passaram a elaborar uma criticidade sobre o conceito de
“verdade”. A Memória passou a servir de fonte para Historiador, passando esse a
ter interesse em utilizar o espaço da memória como ferramenta e fonte inovadora
para o fazer e pensar historicamente.
Desta
feita, coma assimilação da crítica aos conceitos e fontes históricas, a relação
História e Memória caminharam para uma condição complexa e conflituosa visto
que, a memória sendo seletiva se constitui como frágil e plenamente
questionável. Contudo, a utilização da memória como fonte pelo Historiador, tem
que ser provida da mesma criticidade em que se observa em relação às fontes
documentais. O entrevistador/Historiador tem que atentar para os silêncios, a
seleção dos eventos, as condições em que a memória se utiliza para relatar os
fatos de forma “real ou imaginária”. Silenciando ou pondo a tona os eventos
vividos pelo ser ou pela coletividade em que esse está inserido.
Porquanto, a relação
entre Memória e a História (oral) se constitui em um campo promissor para as
novas perspectivas do Historiador em construir a História não apenas a partir
dos relatos vivenciados pelos “heróis”, pelos “vencedores”, mas também pela
óptica da História “subterrânea”, dos “excluídos”, dos vencidos enfim, por meio
da confrontação e das variantes possíveis, sobretudo pela óptica dos
subalternos.
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