segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sobre História e Memória: parte II


Aproximação e diferenciação entre História e Memória
 Os conceitos convencionados no Senso Comum de que a memória é o espaço subjetivo da História, cabendo a esta a concretude através da escrita, e que a memória vivenciada se configura como História, será à base da discussão nesse trabalho.
A memória conforme Raimundo Nonato Pereira Moreira, no sentido vulgar da expressão, seria a “presença do passado”. Contudo, apesar dessa aproximação que a memória tem com a História, as relações entre ambas são bem complexas, estabelecendo ambigüidades que no mesmo contexto, em que as vinculam também as pode separar em determinadas significações e definições.
No entanto, nos últimos tempos, com as novas perspectivas de fontes ao passo que a História se distanciava dos conceitos tradicionais positivistas, e, os Historiadores passaram a elaborar uma criticidade sobre o conceito de “verdade”. A Memória passou a servir de fonte para Historiador, passando esse a ter interesse em utilizar o espaço da memória como ferramenta e fonte inovadora para o fazer e pensar historicamente.
Desta feita, coma assimilação da crítica aos conceitos e fontes históricas, a relação História e Memória caminharam para uma condição complexa e conflituosa visto que, a memória sendo seletiva se constitui como frágil e plenamente questionável. Contudo, a utilização da memória como fonte pelo Historiador, tem que ser provida da mesma criticidade em que se observa em relação às fontes documentais. O entrevistador/Historiador tem que atentar para os silêncios, a seleção dos eventos, as condições em que a memória se utiliza para relatar os fatos de forma “real ou imaginária”. Silenciando ou pondo a tona os eventos vividos pelo ser ou pela coletividade em que esse está inserido.
Porquanto, a relação entre Memória e a História (oral) se constitui em um campo promissor para as novas perspectivas do Historiador em construir a História não apenas a partir dos relatos vivenciados pelos “heróis”, pelos “vencedores”, mas também pela óptica da História “subterrânea”, dos “excluídos”, dos vencidos enfim, por meio da confrontação e das variantes possíveis, sobretudo pela óptica dos subalternos.
 

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