Sobre Renda
per Capita de Sobral; o que é feito dela? E o que você faria com
ela?
Comumente nos deparamos com a “convincente” idéia
de que o erário é insuficiente para atender as necessidades básicas
e “avançadas” da população em geral. Será que essa
afirmatização condiz com a realidade? Os impostos no Brasil são
realmente escassos e insuficientes? Essas serão as reflexões
inerentes a esse sucinto trabalho.
Senão, se se deparando com o quinhão total da renda
Per Capita de Sobral de R$: 12.472,49; essa nos faz refletir sobre os
seguintes questionamentos: o que é feito pelo poder público dessa
renda Per Capita? O que um ser humano individualmente faria com essa
renda sem que esse recurso tivesse que perpassar pelo Estado? A
somatização de R$: 12.472,49 (dados 2012 IBGE) não dariam para
compreender as resolutibilidades básicas de cada ser humano
individualmente? Vamos problematizar essas questiúnculas e refletir
sobre as possibilidades de solucionamentos para essas e outras
possíveis indagações referente à renda Per Capita municipal.
Desta feita, vamos observar de antemão a somatízação
dessa renda em âmbito nacional que é de US$: 11.875 (dados 2012
IBGE), a renda Per Capita do Estado do Ceará perfaz: R$: 9.216
(dados 2010 IBGE). Porem vai-se direcionar para a questão municipal;
observando como, o que, qual, o de que se faria ou se faz? Com os R$:
12.472,49 referentes à renda por pessoa de Sobral.
Veja quadro com dois possíveis cenários de
distribuição/alocação individual da renda em debate nesse
trabalho:
Nome
|
Cenário I- assalariado= 678 R$
|
Cenário II – renda média=
2.444,92 R$
|
Saúde
|
Pública
|
150,00
|
Educação ¹
|
Pública
|
650,00
|
Transporte ¹
|
279,00
|
613,21
|
Transporte ²
|
40,66
|
114,37
|
Moradia
|
300,00
|
600,00
|
Lazer
|
20,00
|
120,00
|
Outros
|
20,00
|
90,00
|
Total
|
659,66
|
2.337,58
|
Total sobra-remuneração
|
18,34
|
107,34
|
Mais-Valia renda per Capita
|
11.794,49
|
10.027,57
|
Renda Per Capita Sobral
|
12.472,49 R$
|
|
- Descrições dos cenários: Saúde- referente ao plano de saúde particular. Educação ¹- referente à mensalidade escola privada por filho. Transporte ¹- referente mensalidade de financiamento de carro popular renda média e motocicleta renda assalariada. Transporte ²- referente a custo médio com combustível. Moradia- referente a aluguel mensal. Lazer- referente a custeio com passeio e degustação petiscos.
- Dados meramente didáticos, referenciais e medianos, haja vista, valores variarem de região a região.
- Cabe destacar que, a renda per capita de Sobral representa a metade da renda nacional e se configura como superior a renda Per Capita do Estado do Ceará.
- Outros dividendos e custeios com medicação, alimentação, viagens entre outros não são referenciados em razão do cerne do trabalho centrar no campo governo-governado e serviços básicos das políticas públicas.
Por conseguinte, aferindo os dados expostos, podemos
compreender e visualizar uma variedade de possibilidades de como o
trabalhador, poderia melhor administrar e direcionar a remuneração
mensal a duras penas conquistada. Tipo: se boa parte do trabalhador
assalariado dispusesse de transporte público de qualidade –em
determinadas cidades não há nem de má qualidade- seria suprimido
319,66 R$ nesse caso. E mais, em conquistando a sonhada casa própria,
o mesmo também economizaria significativos 300 reais, perfazendo
assim uma soma de 619 reais que bem serviriam para outros meios de
direcionar essa soma.
Contudo, esse mesmo trabalhador que se utiliza de saúde
e educação pública tem suprimido de sua Renda Per Capita pelo
Governo Municipal, significativos R$: 11.794,49 de “mais-valia”.
Recurso esse, para ser gestado em serviços e políticas públicas
para o bem estar do cidadão contribuinte. Como tem alcançado essa
mais-valia ao cidadão? O trabalhador tem obtido retorno dessa
captação da Renda Per Capita? Os governos tem bem administrado e
gerido esse recurso público?
Não obstante, em relação ao trabalhador de “renda
média” essa disponibilização por parte dos governos dessa
mais-valia ainda se configura mais escorchante. Em virtude da
assistência por parte das políticas públicas se apresentarem ainda
mais distante ou não interessante pelo cidadão de “renda média”,
que vendo nos serviços públicos, algo distante daquilo que poderiam
atender seus anseios, têm um custeio de R$: 2127,58 com serviços
básicos como saúde, educação, transporte e moradia. Cabe
destacar, que esse mesmo grupo social que dispensa essa boa soma para
esses referidos serviços, utiliza-se do mecanismo equivocado, haja
vista, que se rende a lógica dos governos e do capitalismo em
custear esses serviços, ao invés de, utilizar outra ferramenta de
menor custo, que seria obter esses serviços custeados, no setor
público, ou seja, lutando por serviços e bens públicos de
qualidade. Visto que, já disponibiliza uma soma bem significativa de
R$: 10.027,57 de mais-valia de sua renda Per Capita.
Senão, pelas condicionantes do espaço e complexidade
dessa temática, cenários variados e diferenciados não puderam, ser
debatidos nessa sucinta reflexão. No entanto, tenta-se nessas parcas
linhas apenas principiar outras reflexões e debates referentes ao
tema em diálogo. Cenários como de cidadão que por perfazerem uma
remuneração mais significativa, não tem do poder público nenhum
retorno direto de sua renda Per Capita haja vista que, seja rico ou
pobre todos estão contemplados nessa “planilha renditícia”. Ou
seja, a renda Per Capita e uma resultante da média de todos os
cidadãos independente de que espaço ocupe na pirâmide social.
Diante do exposto, será que essa renda não resultaria numa melhor
condição de vida para o cidadão trabalhador? Com R$: 12.472,49 o
cidadão sobralense não teria outra vivencia? O trabalhador não
estaria em outro patamar social? Para onde tem sido direcionada essa
renda Per Capita? Essa que é real, e existe de fato. Como está
sendo gerida essa renda pelos governantes? Renda essa que é uma
resultante dos escorchantes impostos pagos por todos os cidadãos
brasileiros.
Portanto, configura-se como ato de cidadania e
responsabilidade social, o acompanhamento por parte de todos, como
está sendo geridos e direcionados os recursos públicos, sobretudo,
o que se tem constituído ao cidadão o de que da sua renda Per
Capita. Em sendo diferente ou perdurando o atual contexto, não
melhor resultaria aquilo que Marx preconizava; o “fim do Estado”?
E uma “alta gestão social”? Enquanto não se alcança esse
estágio; resta ver, o que é feito dela? E o que você faria com
ela? A tal renda Per Capita.