Conflito Urbano: a neorivalidade dos bairros Sumaré e D. José (Alto Novo)
“Os homens são como ondas: Quando uma geração floresce, a outra declina.”
Homero
A periferia da cidade de Sobral, na Zona Noroeste do Ceará, costuma ser marcada por contendas entre bairros vizinhos e em casos mais extremos, ocorre a formação de gangues entre os jovens locais.
Ao longo de anos os órgãos de segurança local vem se deparado com ocorrências resultante de conflitos entre grupos, geralmente jovens, que se degladiam, brigam entre si por motivos que nem mesmo a razão lógica explica.
Desta feita, jovens de bairros do Tamarindo& Santa casa (Pintor Lemos), Expectativa& Alto da Brasília, Terrenos Novos& Vila União, recentemente Sinhá Sabóia& Conjunto Santo Antônio. São referências de conflitos existentes ao longo da História da periferia sobralense.
Porém, nas últimas semanas uma “neorivalidade” ressurgiu entre os jovens dos bairros Sumaré e D. José. Ao longo da década de 1980 e meados de 1990, a demarcação de território era presente nessas localidades. Os jovens de uma área não freqüentavam, se aventuravam em cruzar os limites dos dois bairros. A aproximação dessa juventude um ao outro resultava em brigas e desacertos inevitáveis.
Não obstante, ao fim da década de 1990 e inicio do novo século, mediante um longo trabalho e investida social envolvendo as crianças e adolescentes dos dois bairros, estes locais passaram a viver um período de união e paz nessa região quase sempre alcunhada “Grande Sumaré”. Parte da cidade que envolvia Sumaré, D. José, Santa Casa e Padre Palhano (bairro surgido nesse ínterim de paz).
No entanto, nas ultimas semanas reacenderam, reaveram os sentimentos separatistas e de rivalidade entre alguns jovens dos dois bairros em questão, fazendo do Riacho do Mucambinho, marco divisório e campo de Guerra há muito tempo não vistos nessa área da cidade.
Contudo, o descaso tanto das lideranças locais dos dois bairros e do poder público local para com essa região, tem provocado visivelmente o ressurgimento desses conflitos. Poucas ações, ou praticamente nada tem sido feito de projetos sociais que venham de encontro a essa camada da sociedade envolvida nessa problemática dos últimos dias. As entidades comunitárias, lideranças locais sucumbiram, prostaram-se diante do projeto de dominação política e ideológica do grupo cidista. Não há projetos que envolvam e retirem essas crianças e adolescentes do ócio, ações concretas que supra os anseios e devolvam a essa geração razão, motivação e interesse por questões relevantes e inerentes a suas fases existências. Mas, diante do descaso esses grupos são consumidos por sentimentos e pensamentos negativizados que culminam nesse palco de guerra visto nessa região.
Enfim, cabem as lideranças locais e ao poder público reverter essa situação delicada e indesejada com ações concretas para que impossibilite e não se estabeleça um neorevanchismo, o qual se esperava não voltasse nunca mais.
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