segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A renuncia forçada do Prefeito de Sobral-ce

Manda quem pode, obedece quem tem juízo: o caso da renuncia forçada.

“as pessoas são, em geral, tão felizes quanto decidem ser”
           Abraham Lincoln

Desde meados dos anos 1990, com a eleição do grupo Cidista ao Paço Municipal em 1996, iniciou-se a 3ª Era da História Política de Sobral.
Em meio ao caos administrativo e político da mais importante cidade do noroeste do Ceará entre 1993/1994, o clã Ferreira Gomes chegara ao poder sobre a égide de amor a cidade e um projeto modernista, principiado pela 1º e ilustre Bispo sobralense e seguido por seu filho adotivo quando Prefeito de Sobral. Desde então, um processo de melhorias administrativas e estruturais ocorreram em Sobral. Com isso, o então Prefeito de Sobral eleito em 1996, conquistara a liderança, aceitação popular e política de seus pares. O sucesso de seu mandato o possibilitou a recondução ao posto prefeitural por mais quatro anos a frente dos destinos do povo sobralense.
Doravante, com um segundo mandato ainda mais proficiente o então chefe local, conquistara o posto de melhor Prefeito de todos os tempos da cidade de Sobral. os vários projetos estruturantes e o resgate da sobralidade foram preponderante para que o Cidismo conseguisse eleger seu sucessor, um fiel amigo Cirista, sem muita dificuldade visto que, detinha o apoio não apenas das camadas populares, como da maioria empresarial e das lideranças políticas local.
Desta feita, o Cidismo passou a imperar em absoluto os destinos dos sobralenses, tamanha força política conquistada nos últimos anos. Cm isso, o credenciou a almejar vôos mais altos, disputando então ao governo cearense em 2006, derrotando um velho parceiro político eleito anteriormente pelo próprio clã cidista.
Doravante, consolidada a hegemonia do referido grupo político em Sobral, o sucessor cidista conseguira também se reeleger a Prefeitura de Sobral em 2008, estabelecendo assim, um poderio de quase duas décadas no comando dos destinos do povo sobralense.
Não obstante, não são os fatos explorados até então nessa discussão que possa simbolizar ou mensurar tamanha força política ideológica, administrativa, imperativa no inconsciente social sobralense e quisar cearense. A renúncia forçada do então prefeito sucessor cidista, demonstra o controle e domínio político ideológico conquistado por tal grupo nos últimos anos. Uma hegemonia há muito tempo não vista na política sobralense, desde “O fim do coronelismo tradicional em Sobral em 1958, com a eleição “Palhanista”.
Contudo, mesmo contra a vontade do renunciante, entendida pela diferenciação dos postos, de executor para assessor, a insatisfação com a situação imposta, fora percebida pela população da cidade, não deixando alternativa ao mesmo passando por sobre a vontade legal e institucional popular, e até mesmo do desejo pessoal do renunciante.
No entanto, o fato passou desapercebido pela massa sobralense visto que, deu-se um caráter de naturalidade ao ocorrido, muito em razão de está dentro do script do projeto de perpetuação no poder local.
Portanto, já dizia o adágio popular; “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Pouco importa se tal imposição fira suscetibilidade ou vontade de quem quer que seja, mesmo que seja até o inconsciente coletivo social. ACORDA SOBRAL...

Sobral e os conflitos na periferia

Conflito Urbano: a neorivalidade dos bairros Sumaré e D. José (Alto Novo)

“Os homens são como ondas: Quando uma geração floresce, a outra declina.”
Homero

A periferia da cidade de Sobral, na Zona Noroeste do Ceará, costuma ser marcada por contendas entre bairros vizinhos e em casos mais extremos, ocorre a formação de gangues entre os jovens locais.
Ao longo de anos os órgãos de segurança local vem se deparado com ocorrências resultante de conflitos entre grupos, geralmente jovens, que se degladiam, brigam entre si por motivos que nem mesmo a razão lógica explica.
Desta feita, jovens de bairros do Tamarindo& Santa casa (Pintor Lemos), Expectativa& Alto da Brasília, Terrenos Novos& Vila União, recentemente Sinhá Sabóia& Conjunto Santo Antônio. São referências de conflitos existentes ao longo da História da periferia sobralense.
Porém, nas últimas semanas uma “neorivalidade” ressurgiu entre os jovens dos bairros Sumaré e D. José. Ao longo da década de 1980 e meados de 1990, a demarcação de território era presente nessas localidades. Os jovens de uma área não freqüentavam, se aventuravam em cruzar os limites dos dois bairros. A aproximação dessa juventude um ao outro resultava em brigas e desacertos inevitáveis.
Não obstante, ao fim da década de 1990 e inicio do novo século, mediante um longo trabalho e investida social envolvendo as crianças e adolescentes dos dois bairros, estes locais passaram a viver um período de união e paz nessa região quase sempre alcunhada “Grande Sumaré”. Parte da cidade que envolvia Sumaré, D. José, Santa Casa e Padre Palhano (bairro surgido nesse ínterim de paz).
No entanto, nas ultimas semanas reacenderam, reaveram os sentimentos separatistas e de rivalidade entre alguns jovens dos dois bairros em questão, fazendo do Riacho do Mucambinho, marco divisório e campo de Guerra há muito tempo não vistos nessa área da cidade.
Contudo, o descaso tanto das lideranças locais dos dois bairros e do poder público local para com essa região, tem provocado visivelmente o ressurgimento desses conflitos. Poucas ações, ou praticamente nada tem sido feito de projetos sociais que venham de encontro a essa camada da sociedade envolvida nessa problemática dos últimos dias. As entidades comunitárias, lideranças locais sucumbiram, prostaram-se diante do projeto de dominação política e ideológica do grupo cidista. Não há projetos que envolvam e retirem essas crianças e adolescentes do ócio, ações concretas que supra os anseios e devolvam a essa geração razão, motivação e interesse por questões relevantes e inerentes a suas fases existências. Mas, diante do descaso esses grupos são consumidos por sentimentos e pensamentos negativizados que culminam nesse palco de guerra visto nessa região.   
Enfim, cabem as lideranças locais e ao poder público reverter essa situação delicada e indesejada com ações concretas para que impossibilite e não se estabeleça um neorevanchismo, o qual se esperava não voltasse nunca mais.

A era Lula: uma despedida frustada.

A era Lula: uma despedida frustrada.

“O homem esquece mais facilmente a morte do      pai do que a perda do patrimônio.”
                                    Maquiavel

Desde a redemocratização do Brasil, a nação tem vivenciado um processo de fortalecimento das instituições públicas, estabilidade política configurando como um dos mais importantes países emergentes da atualidade.
Esse processo iniciou com a estabilidade econômica, privatização de setores de telefonia, eletricidade, minérios, abertura da economia, projetos sociais com bolsa escola e bolsa alimentação ocorridos no Governo FHC. Desta feita, o Brasil passou a se desenvolver e crescer de forma lenta e gradual. Com isso, a população passou a sentir e perceber os dividendos que há tempos esses não os obtinham.
Não obstante, trilhado esses primeiros caminhos o povo reconduziu FHC a presidência, demonstrando o regojizo e satisfação com a situação em que o país vivia. Mas, as crises econômicas mundiais e do governo fizeram do segundo mandato de FHC passar por um período de recesso e estagnação nas conquistas social e econômica de então, abrindo espaço para algo ainda não esperado pela elite brasileira, a chegada de Lula e do PT ao poder.
Por conseguinte, FHC ao passar a faixa presidencial em 1º de Janeiro de 2003 a seu sucessor Luis Inácio, uma amálgama sentimental pairou por toda a esplanada e pelo Brasil a fora. Uma série de fatos simbólicos e históricos ocorrera: o primeiro trabalhador a assumir o posto mais alto do país, a entrega de faixa por um presidente eleito democraticamente, um “partido de esquerda” chegara ao comando da nação. Porém, fora a promessa central de Lula que causava frisson e esperança por todo o país; “Se ao final de meu mandato cada cidadão brasileiro tiver a possibilidade de fazer três refeições ao dia, terei cumprido a minha missão como Presidente da República.”
Contudo, Lula teve um primeiro mandato difícil, apesar de manter os pilares da política econômica e social de FHC, conviveu envolto de uma enxurrada de denuncias de corrupção em seu governo. Mas, mesmo assim, o povo o outorgou, mas quatro anos de mandato e uma nova fase de estabilidade e crescimento econômico e social ocorrera no segundo mandato Lula. “Crescimento nunca alcançado na História desse país” parafraseando o presidente. Porem, esses avanços são questionados por uma pequena parcela da população brasileira.
Nesse ínterim, ajustes fiscais, investimentos na construção civil, ampliação do crédito, PAC, incremento do Programa bolsa família, crescimento econômico fizeram da Era Lula e do presidente um dos mandatários da nação com maior aceitação, mais de 87% de satisfação popular. Mediante tamanha popularidade, Lula conseguira eleger a sua sucessão um “poste”, parafraseando uma ilustre petista cearense. Lula elegeu uma pessoa tão insípida, inodora que nem mesmo a fato de ser a primeira mulher eleita Presidenta do Brasil, sua ascensão fora capaz de se assemelhar, óbvio que seria algo pouco provável, a chegada do “Zeus Lula”, amargando desde a sua escolha e candidatura a entrega de faixa, a condição de sombra frente ao impoluto Zeus Lula.
Entretanto, “nunca na História desse país” um presidente deteve as condições favoráveis a realizar um projeto e promessas eleitorais como na Era Lula. Apesar de Luis Inácio deixar o poder com toda pompa, aceitação memorável sua saída fora frustrada por não ter cumprido a promessa central de seu primeiro dia ao chegar ao poder.  
Enfim, o “Zeus Lula” que acreditava ser o escolhido, o único, o “cara” aquele dotado de todas as condições pessoal e moral para realizar aquilo que os outros homens dessa nação não detinham para fazer o que tinha que ser feito. Mas, este não foi capaz de cumprir a promessa de ofertar a cada cidadão brasileiro, “três refeições ao dia”. Ou seja, não adianta toda a farsa e simulacro lulista, sua saída foi frustrada por sua soberba, suas próprias promessas e palavras.