segunda-feira, 10 de março de 2014

O POVO SE VOLTANDO CONTRA SI. O NEO-PELOURINHO


O Neo-escravismo no Brasil: sobre o povo resolver usurpar as leis e governos a fazer justiça com as próprias ações.




Como diz Giambatista Vico: “o ‘recourse’ histórico se dá em espiral”, os eventos vão e vêm e quando se repetem não se estabelecem, nos mesmos moldes, mas, em outro nível ou estado. O “neo-pelourinho” está “no alvo da moda” no Brasil.

Têm-se visualizado, nas últimas semanas um “novo” evento social -nas mais diversas cidades brasileiras- o advento do uso da força e justiça com as próprias ações por parte da população nacional, no qual nos atos de roubos, populares estão se rebelando contrário a pequena deliquência, os prendendo, espancando-os e os amarrando em postes Brasil á fora.
Contudo, o referido evento demonstra uma grave faceta do coletivo social, pois, ao se utilizar de tal artifício a sociedade civil usurpa de suas funções e da lei. Haja vista, complete ao estado e suas organizações fazer cumprir a lei e o povo auxiliando ao seu cumprimento e não agindo á margem dela. Com esse feito, o popular ao se recorrer á força física pra ter sua integridade econômica e física salvaguardada perde a sua cobertura legal.
Não obstante, o caótico estado de insegurança pública no campo, nas cidades, no país e o sistema ideológico preconizado –capitalismo-, esse fez-se estabelecer esse principio da Rainha da Inglaterra; “não basta ser honesto, tem que parecer honesto.” Contudo, está se vivenciando a analogia desse conceito, já não bastava vivenciar a insegurança, tem que se parecer inseguro. E, nesse processo o povo já não consegue esperar, nem acreditar nas organizações governamentais, nem nos governantes. Configurando a falência do setor de segurança pública no Brasil. E que esse se constituiu numa problemática estrutural. Sendo que estas carecem de conceituações amplas e diversificadas no escopo dessa problemática.
Entretanto, mesmo mediante esse estado caótico, não se pode perder o censo crítico e consciente coletivo, pois, em que se diferencia uma imagem da outra supra-visualizada? Se atualmente há um consciente coletivo que a escravidão negra no Brasil fora um ato desumano; Será que violentar, espancar e acorrentar a um poste um ser, não se constitui um crime tão grave quanto um furto ou roubo? Um crime não justifica o outro.
Cabe destacar que, tão vitimizados quanto foram nossos progênies afros, essa pequena delinqüência não sofre semelhante marginalização, criminalização? Diz-se-á melhor, esses continuam desde sempre a margem, renegados, indiferenciados, ignorados pelos governantes e sociedade civil. Haja vista, esses novos escravizados serem em seu maior contingente derivados da velha escravatura. E, ao que parece, a geração atual, não evoluiu, não se reestruturou, continuam tão insensíveis e desumanizadas quanto aos “escórias-progênie” dos velhos tempos da Colonização e Império brasileiro.
Entrementes, nem tudo está perdido. Recorrendo a Mark W. Baker em: Jesus, o maior psicólogo que já existiu; podemos visualizar em que momento do curso histórico de nosso país, perdemos o controle da nossa tranqüilidade e se chegou ao difícil estado em voga, muito das razões estão no modelo capitalista, individualista, segregacionista adotado. E, no caso brasileiro, com um agravante, um Regime também Plutocrata. A problemática é estrutural e não conjuntural. Desta feita, se faz necessário medidas urgentes e profícuas. E, precisamos de uma transformação ampla de nossas conceituações e posicionamentos. Recorrendo a Baker, Jesus Cristo já sabendo da natureza má-humana – em Lucas 18 : 18-19 diz: certo homem de posição perguntou-lhe: Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus-, deixou o ensinamento em Lucas 6 : 27-31 Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; em ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Sabe-se que difícil é concretizar essas recomendações, contudo, o contexto atual nos exige superar todo e qualquer censo de individualismo, “eumismo” e escopo de ordem pessoal para estabelecer propósitos maiores, coletivizantes. Temos que nos desvencilhar de todo o nosso eremitismo e pensar apenas no nosso pandulho e irmos à batalha, enfrentar esse gigante da insegurança em nosso país.
Do mesmo modo, bem se sabe que, com diz Paulo de Tarso em Romanos 7 :19, porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Se se faz necessário fazer o bem possível. Assim como esse também cita em Romanos 12 :21, não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
Portanto, precisamos com urgência agir, não pagando o mal com o mal, relegando aos nossos algozes ao cárcere e escárnio público, acorrentando-os aos “postes da vida”. Mas vencendo o mal com o bem, chega de escravização. Por que se belzebu expele belzebu, nem o Ades prevalecerá, quiçá, nossa mãe Terra. Pois, no efeito bumerangue, tudo que vai, volta. Se planto bondade, sensibilidade, caridade, amor, sobretudo o amor. Serão esses usufrutos que se colherá. E, em se cultivando o amor; será o “Governo do amor” que nos regirá.




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