A Capitania Hereditária de Sobral: Sobre o reducionismo social da bajulação e culto a titulação de nobreza (“Doutor”) na atual cultura político-social da Terra de D. José.
Conforme,
o mini-dicionário Ruth Rocha, define-se assim os termo bajulação e
nobreza; bajulação= sf. Ato de bajular. Bajulador= (ô) adj. e SM
Que, ou aquele que bajula; adulador; puxa-saco. Bajular= v. Lisonjear
servilmente; adular; puxar-saco. Nobreza= (ê) sf. 1- Qualidade de
nobre. 2- Na monarquia, classe social que tem títulos herdados por
nascimento ou conferidos pelo monarca. Na manhã dessa segunda-feira
03.02.2014 esteve das pouco mais de 06h00min da manhã até as
09h00min nos Programas Em Dias com a Cidade (Araujo Pachelle) e Alô
alô Zona Norte da Rádio Tupinambá AM 1120 de Sobral o
“Pré-candidato” a Governador do Estado do Ceará situacionista,
L. Meneses de Cristino-PROS.
Não
obstante, na oportunidade o referido pré-candidato da situação
debateu sobre diversas questões de âmbito político e social,
dentre os tais, sobre sua candidatura a governo ou não o qual,
declinou de uma afirmativa contundente sobre o referido
questionamento, porém, o contexto envolto a entrevista, mais
sinalizava uma divulgação e propaganda antecipada por parte do
ex-secretário Nacional dos Portos e seus bajuladores de plantão.
Demonstrando nas entrelinhas, que como já havia declarado outrora,
esse de fato será erigido a candidato lançado pelo atual governo do
estado.
No
entanto, a população sobralense tem sido vitimizada por uma
fatídica cultura deprimente do culto aos agentes políticos, num
reducionismo social e histórico no qual, personagens que até muitas
vezes leigos, tornam-se “doutores” pelo simples fato de ocupar um
cargo público. Conforme, Norman Vincent; “O
mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio
a sermos salvos pela crítica”.
Assim, muitos de nossos agentes públicos se enquadram nessa máxima
de Norman Vincent, e que se esteja no jaez de críticos. No paralelo,
Lasch diz: “O
cinismo confunde ilusões de grandeza, que exigem correção
terapêutica e moral, com a própria grandeza.”
(Christopher Lasch, A Rebelião das Elites, 1995). O que se viu nas
perguntas e falas direcionadas a Ex-prefeito de Sobral entrevistado
era esse cinismo confuso que como disse Lasch deturpa ilusão, moral
e grandeza. Há se bem soubesse essa medíocre ala “chapa-branca”
da imprensa sobralense que esse império está com seus dias
contados, antes fecharem-se nessa adulação barata, pensava em
outras possibilidades de sobrevivência, haja vista, o tempo da
chegada do fim do império cidista. Conforme Apparício Torelli; “O
homem que se vende recebe mais do que vale.”
Nessa simplória relação das forças societárias que envolvem os
sujeitos sociais políticos, midiáticos e população em si, têm
externado para os espaços e personagens “intra-relacionais” a
sobralidade, sentimentos repugnantes frente essa bazófia desmedida
em nossa querida Terra de Dom José, algo bem mais voraz que dantes,
ou como jamais visto dantes em Sobral.
Contudo,
o teor da entrevista tornara-se insignificante frente às variadas
manifestações de “bajulatório”, apresentando-se mais visíveis
a repugnâncias de tais atos, que mesmo a fala e possíveis “boas
referenciam e proposta” de políticas públicas para a coletividade
–se é que seja isso possível no ceio desse atual grupo hegemônico
em Sobral e no Ceará- por parte do pré-candidato a governo
situacionista L.C. Porém, sabe-se que essa mídia chapa-branca”
está apenas cumprindo sua lamentável funcionalidade, há de
turbinar a; como diz Gramsci: “A
classe pequena fornece a tropa de –manobra-... Pois, está sempre
em condições diferentes no interior desse compromisso.”
(GRAMSCI, 1990), a “massa de manobra” de informações
tendenciosas, explicitando sua condição de representativas de
“quem,
senão a oligarquia financeira, pode controlar o Estado? Essa
oligarquia domina a riqueza, domina a propaganda, domina as finanças,
domina a indústria, domina o Estado”
(John Eaton, 1958). Essa condição servil ocorre devido, no Estado
Oriental, conforme Gramsci; “No
oriente, o Estado era tudo, a sociedade civil era primitiva e
gelatinosa”,
esse contexto força determinado personagens históricos de se
submeter-se a “condicionalidades” muitas vezes deprimentes.
Enquanto não se alcançar um conforme, o mesmo Gramsci, Estado
Ocidental; “No
ocidente, entre o Estado e sociedade civil havia uma justa relação
e, quando se dava u abalo do Estado, percebia-se imediatamente uma
robusta estrutura da sociedade civil”.
Então, no contexto atual se visualiza com freqüência esse
“puxa-saquismo” que em Sobral, nesse “Estado Oriental”,
vivencia essa pequenez sócio-cultural de adoração ao “El Rei
bizarro”, onde até mesmo “os sapos” em suas posições
governamentais, tornam-se ilustres príncipes. Doravante, o “beijo
da princesa-povo” - a perda do posto governamental-, os faz voltar
à condição de outrora; como reles sapos.
Entrementes,
vivenciamos novas conjunturas, no qual o culto ao “doutor”, que
se constitui como um costume anacrônico colonial e do império, - em
que com a crise da metrópole, os sujeitos mais abastados da época,
recebiam títulos de nobreza (marquês, condes, coronéis) por
determinado pagamento-, configura-se como um costume arcaico, uma
penúria intelecto-social. Sabe-se que há no contexto atual da
coletividade, melhor compreensão da realidade, mesmo que uma boa
parcela da população ainda acredite em fábulas e em quimera
eleitoreira. Porém, a uma criticidade em crescente apropriação
inteligível pela turba, e que se compreende que não há uma
panacéia societária em vista, mas que, também ver-se uma cobrança
e exigência maior por parte da turba em relação a seus
representantes constituídos por atendimento de suas necessidades
sociais coletivas. Desta feita, “ET
rimitte scelus regicidis secut cidismo eis remisit semetipde.”
Que ao fim desse império as rupturas necessárias sejam
estabelecidas para que essa condição e vivencia cultural e costume
pelego de ver a nobreza (doutor) como superior, em tempos que a
igualização dentre os homens se faz mais relevante, estabeleça-se
estruturas éticas, morais, culturais e costumes que possam
reestabelecer novos modos de vida e meios e contextos melhores de
vivencias que a atual contexto vivenciado por todos.
Enfim,
que possamos em breve demonstrar que precisamos aprender e
estabelecer a descontinuidade, “pois
a descontinuidade, a ruptura e o caos são o nosso destino”
(Margareth
Rago, 2009), e está atento nas proposituras e falas de pretensos
candidatos a cargos públicos nas eleições vindouras, pois, “atrás
da palavra se encontra, a coisa”
(VOSLENSKY, 1980). E que o reducionismo social anacrônico, dos
tempos das Capitanias Hereditárias de culto aos agentes públicos
que se arraigou na Terra de Dom José, seja extirpado do ceio da
população sobralense.
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