quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

"Nunca na minha vida traí ninguém"; SERÁ?


Cid Gomes: "Nunca na minha vida traí ninguém"; SERÁ?

 

Em entrevista realizada na tarde da última terça-feira (19.02.2014) passada o eminente governador Cid Gomes tergiversando sobre o processo político eleitoral vindouro e as articulações possíveis pra tal pleito, cita que; “nunca na minha vida traí ninguém”. Será?
Como diz Hannah Arendt: “o poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido.” Sabe-se por essas terras (Terra de D. José) que o maior temor da vida de Cid Gomes - dito outra feita por ele mesmo-, que seu maior temor em vida é o de perder uma eleição. Igualmente, na iminência do rompimento do grupo que dar sustentação ao clã cidista, ao que parece o chefe do referido clã se refugia no cinismo ilusório, no lapso da reminiscência e numa pretensa polidez balzaquiana.
Entretanto, comumente se é percebido que o discurso e a prática se constituem algo que não se alinham, ou melhor, distanciam-se em se tratando do cacique do cidismo. Como diz Honoré de Balzac; “não basta ser uma pessoa correta. É preciso também demonstrá-lo.” Se se percebe á retina límpida que as ações e práticas desse desgoverno cidista que tem na insegurança pública, o principal cancro venéreo figurativo dessa indigestão. Cid Gomes foi erigido à governança cearense, tendo como principal plinto eleitoral, O Programa Ronda do Quarteirão, que foi projeto que se constitui o símbolo do fracasso do desgoverno cidista. Já começou traindo a turba cearense impoluto governador.
Contudo, ver-se que o senhor Cid Gomes em sua referida entrevista teve um lapso reminiscente, ao não recordar aquela que talvez seja a mais simbólica demonstração de traição e, como ele mesmo cita: “votei sem me comprometer, por gratidão, que é um valor que eu cultivo e quero cultivar sempre”, ingratidão por parte do clã cidista, que foi a punhalada dispensada ao Senador Tasso Jereissati. O ex-governador Tasso Jereissati foi aquele que, quando os FG’s nada eram ou pouco tinham, os fez ascender na vida pública estadual e nacional. Conta o Sr. Robertinho do Torto que, quando do período de maior turbulência da política sobralense - no período de 1993-1994 da gestão de Ricardo Barreto-, o Senador Tasso foi ator principal e teve papel relevante nas ações de deposição do então Prefeito Ricardo Barreto - esse evento foi preponderante para usurpação da cidade de Sobral pelo clã cidista-, diz Sr. Robertinho do Torto: “vi quando da derrota de Pimentel Gomes, primo de Cid e Ciro Gomes para o Dr. Ricardo, Tasso Jereissati disse que, seria questão de honra se opor ao Prefeito Ricardo Barreto; depois desse dia, nunca mais votei no Tasso Visto tamanha injustiça.” Ao que se ver a fidelidade e carinho que tinha o eminente Senador aos irmãos FG’s eram bem evidenciadas. Porém, mesmo assim na eleição de 2010, Cid Gomes trabalhou fortemente para a derrocada do “galeguim do zói-azul”. Numa simbólica demonstração de mais uma de suas traições. Como disse Mariano da Fonseca, o marquês de Maricá; “há homens que são de todos os partidos, contanto que lucrem alguma coisa em cada um deles.” Essa tem sido a tônica do atual gestor do estado do Ceará e sua súcia.
Não obstante, diz Christopher Lasch: “o cinismo confunde ilusões de grandeza, que exigem correção terapêutica e moral, com a própria grandeza.” Numa “sociedade desavergonhada” talvez o cinismo de Cid Gomes tenha algum período de sobrevida, porém, com brevidade de existência, pois, logo ela se enodoa em sua própria teia ilusória e demonstra no “desenrolar do pacote”, o seu “concreto pensado”, as suas reais intenções. Foi assim quando das relações com o Senador Tasso Jereissati, com a ex-prefeita “Loura Lins” e tem como próximo sacrificado ao afã cidista, o Senador Eunício Oliveira. Já que este certamente não terá o apoio do clã cidista, em virtude do erigido prosista já está se constituído desde 2010 - o preterido de Cid Gomes será Leônidas Cristino-, não sendo possível tal tribo apoiar Eunício em seu intento. Isto posto, a tática cidista de deixar pra última hora, a divulgação do nome escolhido pela situação que estabelecerá o continuísmo desse desgoverno, se constitui uma indelével sinalização que não tem conversa, o erigido já está na cartola e que quem dar as cartas é o todo poderoso autocrata.
Portanto, o inane desgovernador Cid Gomes, citar que não aceita a percha de traidor, e que ele é seu metier político se constitui um poço de “Nuda Veritas”, soa diante do exposto, como uma falácia para “boi-ninar”, ou um cinismo de pouca valoração. Com diz Lasch: “a falta de vergonha é uma formação de reações contra a vergonha, uma tentativa rebelde, contra-fóbica para negar e superar um profundo medo interior da fragilidade.” Enfim, eminente governador Cid Gomes, pouco adiantará, a sua excelência, negar esse profundo medo interior duma possível derrocada eleitoral vindoura. Pode preparar o seu ataúde político, pois a turba está por derrubar a muralha de seu império e destroná-lo. Essa é a “NUDA VERITAS.”



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