quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um diálogo sobre a Sobral Oficial e a Sobral Real. Por: Prof. Francisco Pereira


Um diálogo sobre a Sobral Oficial e a Sobral Real
Por: Prof. Francisco Pereira
  
 A realidade de momento vivida na “Princesa do Norte” se aproxima de um ápice da teoria do caos: “o simples voo de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do oceano”. Vamos refletir essa percepção, na óptica de uma “cidade oficial” em contraposição a “cidade real” debatida por Margareth Rago.
   Até pouquíssimo tempo ouvia-se o atual prefeito da “Terra de Dom José”, vociferar aos “quatro cantos” da cidade, que com a implantação do Hospital Regional - leia-se regional e não municipal ou exclusivo para Sobral-, as policlínicas, os CSF`s, somados as estruturas de saúde já existentes; os problemas de atenção e promoção a saúde estariam solucionados... Bla bla blá. Então foram solucionados?
   Igualmente, ouvia-se uma retórica encantadora do chefe do executivo municipal da cidade de Sobral, anunciar a chegada ao “Paraíso”. Até vêr-se-o as portas chamando: venham todos, pode entrar, aqui está a “Terra Prometida”, pensada e construída desde o milênio passado - ano de 1997-.
   Desta feita, nesses ares da “Sobralidade” a educação é nota 10, oferta-se casa própria gratuita - já estar em construção 3084 casas-, têm-se emprego abundante - ir-se-á importar quatro empresas da Europa, já se estar produzindo até automóvel-, na saúde; Oh! Temos os CSF`s, policlínicas, Hospital Regional e do Coração- viram não!? A cidade nem na lista de falta de médicos disponibilizada pelo Governo Federal está. Têm-se uma rede de assistência e promoção da saúde “Padrão Fifa”, parafraseando o adágio da moda. Portanto, a “cidade de Sobral está cada vez mais bela, impecável, uma formosura.
   Porquanto, essa é a “Sobral Oficial”. E a “Sobral Real”? Seus rios “emanam leite e mel”?
   Entretanto, não é preciso de um esforço em demasia para se confrontar a Sobral exposta pela institucionalidade e os espaços em que vive os relés mortais. Basta sintonizar as emissoras radiofônicas da cidade para se pasmar; e, perguntar-se, onde se está? Como cita a sua excelência o Prefeito municipal, onde está a “Sobral dos meus sonhos”? A Sobral vociferada por ele?  Aqui um pouco apresentada.
   Mais ainda, na tentativa de englobar, um tanto, não muito, os atores inseridos e envolvidos nessa plêiade que pensam e perfazem os destinos dos sobralenses. Sobral é tida e havida como uma cidade universitária, com isso, fica a indagação; Hei! IFCE, INTA, UFCe, UVA –em especial ao Centro das Humanas- onde estão vocês nesse debate? Não se percebe, ou, não se ver em claro suas manifestações e envolvimento direto nesse momento de caos que convive a população sobralense, para se restringir ao torrão local.
   Senão, a luz amarela está ligada! Mas porque mesmo!? Envolto a essa gama de problemas de maior monta que se extasiou, na saúde e segurança, sobretudo, têm-se passado despercebido novas realidades e lugares sociais surgindo na cidade, atores sociais dantes não visto em Sobral. Quais são eles?
   Porquanto, quem já se atentou para os catadores de lixo e seus “carrinhos-geladeira” percorrendo a cidade? O crescimento de moradores de rua, flanelinhas, rincões de pobreza e, sobretudo, a significativa discrescência social –o contraste alarmante dos carrões de luxo e os “carrinhos” dos catadores de lixo, lado a lado- que tem se atenuado e pouco debatido. Esses símbolos que denunciam, não uma “Pseudo-marca de desenvolvimento”, mas sim, um “Pseudo-crescimento” não planejado e constituído a revelia. Um simples vou de borboleta, que redundou na realidade vivida no hoje.
   Por isso, na certeza de não ter debatido na plenitude os temas apresentados, mas sim, ter tentado construir um ensaio que poderá se constituir de ponto final, na busca de se descortinar e se por a lume as reflexões pretendida de que uma “Sobral Oficial” vociferada possa sobrepor-se a “Sobral Real”, caótica e apavorada vivenciada pelos reles mortais da briosa “Terra de Dom José.”












Sobral, 17 de julho de 2013

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